Jardel: O Super Mário está de volta ?

Mário Jardel, o ponta-de-lança brasileiro, que marcou uma era no futebol português, escolheu a Austrália para prosseguir a sua carreira, onde, ao serviço do Newcastle United Jets, irá tentar recuperar o seu estatuto de goleador, que deteve até 2003, altura em que decidiu abandonar o Sporting. Este será o 8º clube de Jardel, em apenas 4 anos, e o 13º desde que iniciou a carreira, em 1990 ao serviço do Vasco da Gama.E foi aí que o brasileiro começou a destacar-se, revelando, desde cedo, uma enorme veia goleadora, assumindo-se como o "artilheiro" da equipa, que lhe valeu a inclusão no plantel principal do Vasco e a presença no Mundial Sub-21 da Austrália, que acabou por vencer. Apesar do seu sucesso no clube da capital, que terminou com a conquista do campeonato carioca, Mário Jardel viria a abandonar o clube, transferindo-se para o Grémio de Porto Alegre, onde, comandado pelo bem conhecido, Luiz Felipe Scolari formou uma dupla infernal com o ex-Benfica, Paulo Nunes, e deu à equipa gaúcha a conquista da Taça Libertadores da América, da qual se consagrou, inclusivamente, melhor marcador, com doze golos. Após nova época de sucesso ao serviço dos gaúchos,Jardel despertava já a atenção de vários clubes europeus, e entre eles estava o Porto que acabou por adquirir o passe do jogador ao pagar ao Vasco da Gama os 1.2 milhões de dólares que o Grémio não conseguiu pagar.

Na Invicta, rapidamente se assumiu como titular, iniciando um ciclo no futebol português, que não só dava ao Porto a conquista do pentacampeonato, como também consagrava o brasileiro como melhor marcador do campeonato português por 4 vezes consecutivas (com a impressionante marca de 130 golos em 125 jogos) e Bota de Ouro, na época 99/00 (38 golos).
No entanto nem isto impediu que o jogador, já internacional brasileiro, se transferisse para a Turquia para representar o Galatasaray. Os 5 golos marcados na estreia pelo clube turco prometeram muito, e foram apenas o início de mais uma época fantástica de Mário Jardel, que apesar dos 24 golos marcados, dois deles na conquista da Supertaça Europeia frente ao Real Madrid, abandonaria o clube no final da época por problemas pessoais e de adaptação ao país. Assim, e apesar das divergências assumidas pelo jogador com o empresário José Veiga (a quem o jogador acusou de "querer destruir a minha carreira"), Jardel facilmente arranjou clube, e o escolhido foi o Sporting, onde viria a dar continuidade ao ciclo de sucesso em Portugal, iniciado no Porto

Com a época já a decorrer o brasileiro chegou, viu e marcou (golo frente ao Leiria na estreia),e conduziu o clube leonino, numa época fantástica, à conquista da "Tripla". Fazendo uma dupla temível com João Vieira Pinto, ou até mesmo Hugo Viana, o brasileiro marcou 42 golos venceu o Campeonato, a Taça e a Supertaça, e ainda recuperou o título de Bota de Ouro. No entanto, por graves problemas pessoais, Jardel abandonou o clube onde realizara a sua melhor época, iniciando uma fase bastante dificil da sua vida, que se reflectiu na sua carreira e que dura até hoje.

Após curtas passagens por clubes como Bolton, Ancona, Newell´s Old Boys (Campeão do Torneio Apertura), Alavés, Goiás e Anorthosis (1 Taça do Chipre), na tentativa de recuperar a forma física e a capacidade goleadora, o eterno "Super Mário" regressou ainda ao futebol português, no ínicio da época passada, para representar o Beira-Mar, naquela que seria a grande aposta de Augusto Inácio. No entanto e apesar de a recuperação do jogador parecer ir no bom caminho, com 3 golos marcados em Dezembro, a mudança de treinador e da direcção no clube aveirense veio complicar tudo, acabando o brasileiro por ser dispensado.

Agora, e com 32 anos Mário Jardel espera, e mais que o seu estatuto de goleador, recuperar a forma física que lhe permita relembrar os velhos tempos em que, segundo Carlos Tê, "voava sobre os centrais".